Gestão emocional nas organizações: como administrar a distância
O home office veio para ficar e se mostra como o futuro do trabalho. É o que afirmam os especialistas da área de gestão de pessoas Daiane Andognini, Monica Hauck, Bruno Rodrigues e Anderson Nielson, que participaram da 37ª edição do Meetup Startup SC sobre a importância da gestão de pessoas em tempos de crise. No entanto, como fazer a gestão emocional nas organizações neste modelo se mostra o novo grande desafio.
Devido à necessidade de ficar em casa, a adaptação das empresas ao trabalho remoto, pelo menos daquelas que não eram habituadas a tal formato, foi rapidamente acelerado. Essa mudança tem um impacto especialmente maior quando se trata de empresas que antes da pandemia não praticavam o home office em nenhuma circunstância e precisaram se adaptar.
Assim, centenas de organizações direcionaram times inteiros para trabalhar de casa, e grandes companhias como Facebook, Twitter, XP e até a startup unicórnio brasileira Nubank já anunciaram que manterão suas operações neste formato remoto pelo menos até o fim de 2020, com a possibilidade de estender ainda mais.
Especialmente em função do desenvolvimento da tecnologia, o trabalho fora de um escritório físico se mostra como uma tendência aplicável, considerando os impactos positivos já perceptíveis tanto para as empresas — com a drástica redução de custos —, quanto para os colaboradores — em termos de produtividade, redução de deslocamento —, mas exige cautela.
Os empreendedores e seus times de gestão de pessoas precisam estabelecer boas práticas de comunicação e conexão com as pessoas para manter em dia não somente o trabalho remoto, mas a saúde mental de cada colaborador, pilar que sofre maior impacto com a distância.
O caminho sem volta do trabalho remoto
Desde as empresas que já estão implementando este formato como seu novo padrão até aquelas que pretendem voltar ao escritório quando a pandemia acabar, as mudanças na forma de trabalhar são inegáveis.
Uma das perspectivas mais trabalhadas pelos especialistas da área é a de que muitos escritórios vão voltar a funcionar ao fim da pandemia, mas em regime híbrido, flexibilizando muito mais para quem preferir trabalhar de casa.
E que adaptação. Mesmo para empreendedores que já tinham alguma prática com gestão de pessoas e processos, é preciso reaprender a fazer nesse novo molde. Muitas pessoas se adaptaram bem ao trabalho em casa, mas para outras alguns pontos ainda são muito desafiadores, como:
- Medo;
- Ansiedade;
- Intensa oscilação de humor;
- Insegurança quanto ao cenário atual e futuro;
- Falta de socialização no ambiente de trabalho;
- Dificuldade de separar o horário de trabalho do lazer;
- Dificuldade de concentração;
- Diminuição de produtividade.
Cada pessoa encontra uma forma de lidar com esses sentimentos conflitantes, mas cabe também um papel muito importante aos líderes e gestores de orientação e disponibilidade junto a essas necessidades.
Assim, fazer a gestão emocional nas organizações passa a ser um desafio diferente com o qual as lideranças precisam trabalhar neste cenário. Uma dica de especialistas da área neste sentido é a de não implementar práticas recorrentes de cuidados com o colaborador somente durante o trabalho remoto, mas de pensar nessa gestão de pessoas como algo contínuo.
Gestão emocional nas organizações
O primeiro passo para realizar ações em prol da saúde mental do time é o empreendedor estar bem consigo mesmo. A liderança possui um importante papel de motivação e engajamento do time, de modo que precisa estar firme para transmitir segurança aos colaboradores.
Não é uma missão fácil, até porque o empreendedor está à frente da gestão de crise provocada por toda a mudança de paradigma vivenciada, mas a união do ecossistema é fundamental para o fortalecimento individual de cada empreendedor.
Em um segundo momento, é preciso desenvolver novas formas de praticar gestão de pessoas, pensando principalmente no estado emocional dos colaboradores e em como isso pode influenciar no seu trabalho e na forma como ele vai receber a sua comunicação.
Uma das práticas que surge no momento de imposição do trabalho remoto, mas pode se tornar recorrente é de a empresa cuidar e ajudar a desenvolver competências na saúde emocional dos colaboradores. Reúna-se com as demais lideranças, consulte especialistas e pense no que a sua empresa pode fazer hoje pela saúde dos colaboradores.
Um exemplo prático desse tipo de prática é o uso da tecnologia em processos remotos de gestão de pessoas, como a coleta e feedbacks, pesquisa de clima organizacional, NPS, entre outras ações. Um exemplo é a Feedz, integrante da 10ª turma do Programa de Capacitação Startup SC, que oferece uma plataforma completa para a gestão estratégica de pessoas.
Com base em ações como esta, é possível extrair dados que orientem a tomada de decisão quanto à gestão emocional nas organizações, entendendo como está o dia a dia das pessoas e como a empresa pode ajudar cada caso, customizando a gestão de pessoas.
Possíveis saídas
O principal elemento que precisa ser trabalhado para nortear toda a gestão emocional nas organizações é a comunicação. Transparência nos processos ajuda o colaborador a se sentir mais seguro quanto ao real cenário da empresa, e até mesmo a desenvolver alguma empatia nos temidos, complexos e polêmicos casos de desligamento.
Além disso, desenvolver ou intensificar uma cultura organizacional voltada ao auto cuidado dos colaboradores e a rotinas de trabalho equilibradas também pode ajudar. A pandemia trouxe um grande experimento social com diversos sentimentos, mas o momento é favorável ao desenvolvimento de habilidades de liderança e resiliência para os empreendedores.
Conecte-se a uma rede de empreendedores e vamos tirar o máximo de aprendizados possível deste momento, que é o que podemos fazer. Assista ao Meetup sobre a importância da gestão de pessoas em tempos de crise e confira o que os especialistas comentaram sobre esse tema, e acompanhe o nosso blog para mais conteúdos como este.