Governo destina R$ 40 milhões em programa de apoio as startups
O programa Start-up Brasil foi lançado nesta quinta-feira (29) pelo ministro Marco Antonio Raupp, em São Paulo – 13º melhor ecossistema do mundo para o surgimento de empresas de base tecnológica, segundo o relatório Startup Ecosystem Report 2012. Raupp destacou a necessidade de que o governo, com o programa, seja ágil para acompanhar o ritmo do setor de tecnologia da informação (TI).
“As empresas que aceleram e as que serão aceleradas andam rapidamente, então o governo também terá de agir com agilidade”, disse o titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que lançou edital para selecionar as empresas aceleradoras e start-ups.
No evento, o MCTI celebrou um acordo de cooperação com a Agência Brasileira de promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para internacionalização do programa. O ministro Raupp afirmou que o Brasil precisa ter presença de destaque mundial na área de software e que o conceito desenvolvido para o Start-up Brasil oferece as condições para isso.
“Eles detectaram quais são as tendências e necessidades do mercado internacional”, disse, referindo-se à Secretaria de Política de Informática (Sepin) do MCTI e aos segmentos que contribuíram para a formatação do programa. “Procuramos expressar o que ouvimos nessa longa jornada em que o secretário Virgilio Almeida se dedicou a escutar e formar uma parceria para o maior sucesso para o desenvolvimento dessa área. Não estamos nisso sozinhos e não são ideias teóricas. É resultado da colaboração de todos. E tem que acontecer logo.”
A iniciativa, com investimento de R$ 40 milhões, é parte do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior). Para Raupp, “o programa é emblemático e coloca o governo como participante de um grande mecanismo voltado para o empreendedorismo e a inovação na área de TI, cuja característica é a rápida evolução tecnológica”.
O ministro anunciou a intenção de estender a experiência a outros setores. “Alguns, como o de óleo e gás, possuem inclusive características semelhantes”, comentou.
Parceria
O presidente da Apex, Mauricio Borges, afirmou que a agência “abraçou a causa” e já tem gestores preparados para atuar na iniciativa. “Nós vamos buscar atração de investimentos com escritórios em vários países para que os resultados apareçam em pouco tempo”, disse. O primeiro local no exterior previsto para atuação é o vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos.
O objetivo do programa é fortalecer a emergência de empresas de base tecnológica, com grande impacto e foco no atendimento das demandas de mercado. “É um programa global. Por isso nos inspiramos em programas de outros países como Áustria, Israel e o Chile, que atraiu para lá jovens empreendedores”, explicou o secretário Virgilio Almeida, do MCTI. “Nós buscamos uma linha um pouco diferente porque o Brasil tem base para isso, com profissionais de excelente qualificação técnica.”
Na primeira etapa, serão selecionadas seis aceleradoras. Cada uma escolherá até oito start-ups, num total de 40. Cada start-up receberá R$ 200 mil para o desenvolvimento do negócio em até 12 meses. “Nós queremos start-ups inovadoras, não apenas para o cenário nacional, mas para o mercado internacional”, disse Virgilio. Ele explicou que se trata de recurso não reembolsável, ou seja, que não precisa ser devolvido, acrescentando que mesmo iniciativas que não alcancem sucesso financeiro podem representar experiências que auxiliarão o sucesso de futuros empreendimentos.
As propostas de aceleradoras serão recebidas até 31 janeiro e a divulgação dos resultados está prevista para 1º de março de 2013, seguida do início das operações. “O tempo é curto e agressivo, mas é assim que temos que agir, com agilidade e rapidez para acompanhar esse mercado competitivo”, explicou o secretário.