Sebrae inicia missão de inovação com 270 pequenos negócios em Portugal
“Acredito no poder de novas parcerias em um ambiente tão rico para a inovação, como é Portugal. Participar dessa missão é uma virada de chave para quem pretende internacionalizar os negócios”. A fala é do empreendedor Bruno Zilli Goulart, da Conta Azul, startup que faz a gestão ambiental de entidades públicas. Ele é um dos 270 líderes de startups que estão em Lisboa a convite do Sebrae para participar de uma programação intensa de visitas técnicas, rodadas de negócios e conexão com players do ecossistema de inovação local.
A agenda deste domingo (30), que marcou o pontapé da missão, aconteceu na sede da Nova SBE, uma das principais escolas de negócios do mundo, e abordou o cenário de inovação em Portugal, possibilidades de formações em empreendedorismo e inovação.
Em sua palestra, Marta Pimentel, diretora executiva da Nova SBE, alertou que o mundo está se transformando com tanta velocidade que o empreendedor precisa se atualizar constantemente e em diversas áreas. Hoje, a escola possui alunos de 93 nacionalidades e os brasileiros já representam 25% dos alunos de mestrado profissional. Ela também abordou a dificuldade de reter talentos, já que o tempo médio de permanência de um profissional numa empresa de tecnologia é de apenas 2,5 anos. “Nos dias de hoje, o profissional precisa entender várias áreas e estar sempre em movimento. A única certeza que temos é que o conhecimento tem prazo de validade.”
Por sua vez, Pedro Brito, Associate Dean da Nova SBE, trouxe para reflexão a necessidade de se ter um olhar sustentável para projetos de inovação: “o ecossistema de inovação e a academia tem papel relevante no desafio de encontrar soluções sustentáveis que englobem os aspectos ambiental, social, de governança e impacto na sociedade”. Segundo ele, todos precisam atuar juntos para quebrar o preconceito de que o que é inovador é caro e difícil de ser alcançado.
O peso do empreendedorismo no Brasil foi comentado por Paulo Renato Cabral, gerente de Inovação do Sebrae. Ele deu um panorama do potencial brasileiro por ter 7 milhões de pequenos negócios ativos, 13 milhões de microempreendedores e pelo fato do Sebrae ser a maior aceleradora de startups do mundo. “Levar 270 startups para Portugal representa a abertura de negócios e mercados para essas empresas. Tem tudo a ver com nossa missão, que é capacitar o pequeno negócio em vários temas e também gerar novos negócios locais ou internacionais”. Um belo exemplo disso, segundo ele, é o fato de 20 empresas da Amazônia com forte apelo internacional de negócios fazerem parte da missão do Sebrae. Para Paulo, o empreendedor tem um espírito inquieto e jovem e está impactando o Brasil por meio de startups.
O cenário de inovação em Portugal foi centro da fala de Catarina Salteiro, head de Internacionalização e Projetos Especiais da Startup Portugal. Catarina explicou as vantagens de atuar e investir em Portugal, que tem um ecossistema de inovação estruturado, citando as diversas formas de se obter investimentos e como a Startup Portugal está conectada para promover o empreendedorismo a atores como empresas, universidades, governo, fundo de investimento e incubadoras.
Missão brasileira em Lisboa
Neste ano, 70 startups brasileiras integram a missão internacional, sendo que 50 startups irão expor durante o Web Summit 2022, um dos maiores eventos de inovação do mundo, e as outras 20 participarão na feira. O grupo recebeu apoio técnico do Sebrae por meio de trilhas de capacitação com foco em investimentos, expansão internacionale comércio exterior por meio dos parceiros ApexBrasil, Mistério das Relações Exteriores, Embaixada do Brasil em Portugal, Softex e Serpro. Outras 200 empresas completam a delegação em Lisboa, incluindo 16 startups aceleradas no Inova Amazônia, programa do Sebrae, que promove negócios inovadores em oito estados da Amazônia Legal, visando fortalecer a bioeconomia, o desenvolvimento local sustentável e a inovação aberta.
A importância da atuação do Sebrae na capacitação do pequeno empresário é inquestionável e de grande valia, declarou Diogo Hungria, fundador do Meu Pé de Árvore, com sede em Porto Velho, na Amazônia Legal. O negócio da empresa é plantar árvores em áreas degradadas sensibilizando os agricultores a mudarem o sistema de gestão de degenerativo para regenerativo. “Faço negócios e tenho parceiros vindos das conexões que o Sebrae me proporcionou em eventos no passado. Isso agrega valor ao nosso negócio, abre novos mercados e nos ajuda a sensibilizar pessoas e empresas a preservar a Amazônia, que é o coração de nosso planeta”. A empresa dele quer estar no mercado europeu, que reúne muitas pessoas sensíveis a essa causa. Por isso, participar da comitiva do Sebrae em Portugal é fundamental para se trabalhar a abertura de novas conexões, investimentos e parcerias.