Startup carioca migra servidores para nuvem em 30 minutos
Espera-se que empresas jovens sejam mais abertas a novas tecnologias. Dessa forma, nada mais justo que uma companhia nascida nos preceitos da web 2.0 mergulhe de cabeça na computação em nuvem. Na Camiseteria.com foi isso que ocorreu. Criada em 2005, na medida que cloud computing ganhava corpo, a companhia buscou uma relação estreita com o conceito.
A startup que promove concursos para ver quais estampas serão impressas nas camisetas baseia seu modelo de negócios em um misto de loja e comunidade. Fabio Seixas, sócio-fundador da companhia, explica que o processo de trabalho funciona com os usuários/clientes votando nos desenhos que mais lhe agradam. Os vencedores desse concurso viram produtos que serão vendidos via internet.
“Nosso modelo de negócio seria impossível de ser viabilizado num mundo off line”, garante o empreendedor, que lança em média um novo modelo por semana e comercializa cerca de quatro mil camisetas por mês no site que recebe por volta de 20 mil visitas por dia.
Largamente suportada pela internet, a Camiseteria.com precisa de uma infraestrutura para transacionar mercadorias sem quedas, para não perder negócios. “Nosso desafio sempre foi crescimento”, diz Seixas.
Com um marketing viral forte, os volumes de tráfego esperados na página de internet subiam mês a mês. Em pouco tempo, o site inicial hospedado na Locaweb a um custo mensal de R$ 150 ficou pequeno. A empresa que utilizava máquinas compartilhadas precisou partir para servidores dedicados, que, em três anos, demandaram dois upgrades.
Formado em Análise de Sistemas, pela PUC do Rio de Janeiro, Seixas acompanhava o conceito de computação em nuvem há algum tempo e sempre viu naquilo uma solução provável para os seus negócios.
Quando o próprio fornecedor lançou uma solução de processamento baseada em cloud computing, em meados de 2008, Seixas partiu para o conceito. “Migramos nosso banco de dados do servidor dedicado para a nuvem. O processo levou meia hora”, detalha, explicando que todos sistemas foram configurados na nova estrutura e direcionados para o novo modelo.
Segundo o diretor, são cerca de sete sistemas distintos rodando em dois servidores na nuvem. Em breve, um terceiro será adicionado. “O site principal, dois de administração, o que integra nosso site com twitter, o de acesso móvel e os sistemas replicados para fazer ações em parceria com outras empresas”, lista. Quando a Camiseteria.com adotou processamento em cloud computing reduziu 40% dos custos em relação ao equipamento dedicado.
Diferente da Amazon, que criou o culto de pagar a infraestrutura com cartão de crédito, a empresa paga os serviços no boleto de cobrança. A provedora norte-americana, segundo o executivo, foi cogitado para armazenamento. “Vimos que não vale a pena. Talvez seja uma solução no futuro”, conta.
Seixas conta ainda que, na nuvem, utiliza também os recursos de e-mail do Google Apps em versão gratuita, visto que são apenas oito funcionários. “Usávamos o Gmail e acabamos incorporando como ferramenta corporativa”, explica o empreendedor apontando que tal decisão vincula-se a redução de custos. “Tiramos proveito do que está na internet”, enfatiza. De fato, o diretor não considera que tudo, algum dia, se transforme e cloud computing ou, pelo menos, não num horizonte de vinte anos.
Fonte: ItWeb