Startup Summit reúne nomes do empreendedorismo nacional e internacional
Evento da área da tecnologia tem programação ampla com o intuito de fomentar a inovação.
Começou nesta quinta-feira (12) o Startup Summit, primeiro evento dedicado a reunir todo o ecossistema de tecnologia do Brasil. Mais de 100 palestrantes passarão pelos seis palcos nos dois dias de evento, que conta com feira de negócios e espaço para startups. A primeira edição prevê receber duas mil pessoas no Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, em Florianópolis, e é realizado pelo Sebrae, em parceria com Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável, do Governo de Santa Catarina.
Os pequenos negócios têm papel estratégico para aumentar a competitividade da economia brasileira, uma vez que representam 98,5% das empresas formais no país. Dentro desse cenário, as startups chegam ao mercado com propósitos transformadores e promovem o fomento à inovação. Vinicius Lages, diretor de Administração e Finanças e presidente em exercício do Sebrae, reiterou que o evento potencializa a conexão entre pequenos negócios inovadores e o trade, aproximando empreendedores e empresários e impulsionando os empreendimentos no ambiente digital. “O empreendedorismo muda o país, mas o que muda a realidade com muita intensidade é o empreendedorismo inovador”, frisou.
No palco Plenária, nomes de peso se apresentaram para a plateia lotada. A palestra que abriu o palco principal do Startup Summit foi do co-fundandor e CEO da Resultados Digitais, Eric Santos. Considerada um dos maiores cases de Software as a Service (SaaS) no Brasil, a empresa, que oferece soluções de gerenciamento e gestão de marketing digital, registrou crescimento exponencial nos últimos anos e hoje atua em mais de 20 países. “Quando começamos ninguém sabia fazer os produtos que temos. Por isso, apostamos em pessoas e até hoje somos uma fábrica de talentos. Recomendo aos empresários que estão aqui: pensem cuidadosamente em como montar as suas equipes”, comentou.
Em seguida, subiu ao palco o co-fundador e CEO da Exact Sales, Theo Orosco, que falou sobre técnicas de venda. “Passei a ter sucesso no dia em que descobri que venda não é arte, é técnica. É preciso criar estratégias, entender o processo e, principalmente, entender o cliente.”, comentou. Theo apresentou 10 lições para quem quer ter sucesso no processo de vendas e reforçou a importância de criar vendedores que realmente acreditam nos produtos do mercado. Ainda no período da manhã, os empresários Jorge Censi, co-fundador e CEO da Senior, e Moacir Marafon, co-fundador e CEO da Softplan, protagonizaram o primeiro painel do evento, em que compartilharam experiências à frente das empresas e os desafios de empreender no setor da tecnologia. O evento seguiu com a palestra da co-fundadora da Agriness, Cristina Bitencourt, que expôs a realidade do agronegócio no Brasil e oportunidades de negócios para Startups no setor. “O agronegócio no Brasil carece e tem espaço para muita inovação”, comentou Cristina.
A manhã do primeiro dia do Startup Summit foi finalizada com a palestra do jornalista Marcos Piangers, que abordou a necessidade de inovação. “O maior problema do empreendedorismo no Brasil é o medo de ser ousado. Temos uma das maiores taxas de empreendedorismo do mundo, mas não somos ousados, não somos inovadores”, provocou.
Tentativa e erro
Durante a tarde a programação continuou a todo o vapor. Marco Poli, Investidor Anjo, da Closed Gap Ventures, foi ao palco Corporate em palestra sobre inovações e grandes corporações. Ele pontuou que as grandes corporações se consolidam oferecendo algo que é conhecido pelos clientes, ou seja, trata-se de relação previsível. O efeito colateral disso é justamente que não há muito espaço para inovação. O desafio, segundo Poli, é encontrar maneiras de renovar sem que isso abale a forma como a marca foi consolidada. “Em um bom programa de inovação a empresa escolhe seis formas de interagir com startups e vai descobrir as melhores ao longo do tempo, com tentativa e erro – não existe bala de prata, são diversas formas de interação que, juntas, podem gerar valor para a corporação e a startup”. Em painel mediado por Marco Poli, Marcus Anselmo, da Softplan, Rodrigo Pereira, da B3, e Renato Valente, da Telefónica, destacaram projetos de sucesso de inovação em grandes corporações.
Autor do livro “10milstartups”, Felipe Matos ministrou a palestra “Evolução do ecossistema do Brasil: como está o ecossistema de startups no Brasil, caminhos, desafios e perspectivas para o futuro”. Ele mostrou cenário atual, com a expansão no número de startups, instituições de apoio e conexões, mas esbarra em regulação e educação. Em seguida, mediado por Marcelo Amorim, da Bzplan, o painel “Incubadoras e Aceleradoras: melhores práticas no apoio a startups em estágio inicial” pontuou a diferença entre os programas de apoio. Consenso entre Gabriel Santos, da incubadora MIDITEC, Benyamin Fard, da aceleradora Spin, José Gutierrez, da aceleradora ACE, Marcos Mueller, do Darwin Startups, e Tony Chierighini, da incubadora Celta, o papel dessas instituições é orientar startups quanto à estratégia e construção de times para que o empreendedor faça o resto com segurança e apoio. A principal diferença entre os programas, de acordo com eles, é a maturidade e o produto dos negócios, além da quantidade de tempo nas instituições.