A cadeia de produção de chip, alvo de políticas governamentais desde 2005, começa a avançar no Brasil, mas ainda falta a estruturação de alguns elos para que a produção deslanche. O mercado já conta com 20 “design houses”, empresas que criam projetos de chips. O esperado projeto de criação do Centro Nacional em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) saiu do papel e a brasileira Altus, junto com a sul-coreana Hana Micron, anunciaram a instalação de uma fábrica no país em 2011. Porém, parte da etapa de fabricação dos semicondutores continua sendo feita no exterior.
A aposta do governo consistiu em estimular as duas pontas da cadeia produtiva, afirma o secretário de política de informática do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Henrique de Oliveira Miguel. De um lado, o governo investiu, nos últimos cinco anos, R$ 400 milhões na criação do Ceitec, empresa de capital misto vinculada ao MCT, que se dedicará à produção dos processadores. Na outra ponta da cadeia, subsidiou a formação das “design houses”, com recursos totais de R$ 20 milhões. Como resultado, o número de centros para criação de processadores passou de 7 em 2005 para 20.
A Silicon Reef, de Recife, e a Chipus Microeletrônica, de Florianópolis, são duas das empresas favorecidas por essa política. A Silicon Reef foi criada em 2008 e recebeu R$ 1,2 milhão em subsídios, afirma Marília Souto Maior de Lima, diretora executiva da empresa. A companhia desenvolveu um chip para gestão do consumo de energia em celulares e circuitos integrados para TV digital e automóveis. A produção, porém, é feita na Alemanha. “Esses chips poderiam ser fabricados no Brasil se houvesse tecnologia compatível”, diz Marília.
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